É oficial!
O meu F. é desde hoje um homem licenciado.
Foi um processo um tanto ou quanto longo (pelas minhas contas só demorou 18 anos...) mas graças ao Sr. Inginheiro lá se conseguiu um canudo à bolonhesa.
(esta é uma pequena vinçança por tu me teres dito que agora só me permitias que te tratasse por Xotôr. Mas sabes perfeitamente que, apesar de eu também ter um canudo desde o tempo em que o Mar Morto tava doente, eu estou muito orgulhosa de ti! Meu Xotorzinho de trazer por casa... cutchi, cutchi, cutchi)
Se por algum motivo este for o meu ultimo post procurem nas páginas d"O Crime" o que é que me aconteceu...
Isto tem muito que se lhe diga...
Então a primeira colheita da horta biológica do colégio são favas?!?!
FAVAS?!?!?!
Mandam-me o miudo todo orgulhoso com umas vagens de favas para casa...
E agora o que é que eu faço com isto???
...
...
.....
(é mesmo dá-se, não é ...daaassse)
Então do inicio...
Dá-se a quem quiser e estimar uma constipação não suina.
É de primeirissima qualidade, com direito a espirros, um niquinho de tosse e rouquidão e voz quase imperceptivel (que é indispensável a quem trabalha todo o dia a falar como eu).
Febre e dores de corpo são extras não incluidos no pack.
Entrega gratuita via mail ou similar em qualquer parte do país.
Qualquer esclarecimento adicional será dado aqui no estaminé em horário não laboral (que a malta trabalha mesmo doente).
Hoje de manhã estava eu a cozinhar toda feliz e poing!!!
Lá se foi a batedeira. Uma das varetas deixou de funcionar, cheirava a queimado e antes que aquilo explodisse decidi dar-lhe uma folga.
Quando o meu F. chegou com a chave de parafusos que lhe tinha pedido olhou com cara de poucos amigos para a batedeira, abanou-a, ouviu chacoalhar lá dentro e disse-me muito sério:
- Vai à Worten e compra outra.
E eu fui e comprei uma novinha e só para a experimentar fiz umas coisinhas
Uma bola de carne
Um semi-frio de baunilha
Um bolinho de requeijão (com uma receita que herdei da minha avó)
Ainda fiz um bolinho de laranja que ainda estava no forno na altura da sessão fotográfica.
Amanhã digo como ficou tudo.
Se eu faço isto com uma batedeira nova imaginem o que vai ser quando o F. me der a Bimby!!!
Hoje gastei uma lecas valentes.
Fui às compras.
Segundo o meu F. sou uma mulher feliz!
Anda tudo maluco!!!
Hoje aqui nas redondezas houve um fulaninho que tentou resolver um punhado de problemas com o auxilio de uma caçadeira.
Gente destas devia cortar os pulsos à nascença... digo eu.
Não me havia de faltar mais nada!!!
Desde que falei em irmos a Madrid o Piolheco só fala em touradas.
Cá em casa ninguem gosta particularmente de touradas, aliás eu recuso-me a ir a qualquer uma, principalmente às espanholas que implicam a morte do touro na arena.
Os meus avós paternos gostavam de touradas mas o miudo nem os chegou a conhecer. Deve ser qualquer coisa que lhe está na "massa do sangue" ou genético ou as duas...
Tem sido dificil dissuadir o Piolheco! Não quero que ele pense que vai à tourada para depois me andar a chatear a cabeça quando descobrir que não vai.
A primeira tentativa consistiu em mostrar-lhe videos espanhois de touradas
- Vês filho? Não são nada giras.
-São são.
- Não são nada. Não vês que eles até nem vão a cavalo?
- Então vão de quê? De burro?
Resultado
Mãe - 0 Tourada - 1
Ora percam lá 8 minutinhos do vosso tempo aqui no estaminé, façam clic clic ali no quadrinho, ponham o som no on e afinem o vosso inglês. No fim falamos...
Agora percebem o título.
Cara de parva foi a minha quando ontem o meu F. me disse "Ora vê lá uma coisa que te queria mostrar no youtube".
Conclusões cada um tire a que quiser...
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
Ouvi na rádio e gostei. E apeteceu-me pô-lo aqui. Porque sim. Porque tiro o chapéu a quem brinca assim com as palavras e as torna tão maiores.
Fomos amigas durante muitos anos.
Aliás ela era a minha amiga mais antiga pois brincámos juntas desde os quatro anos. Partilhámos a mesma sala de aula durante 6 anos, entrámos juntas para os escuteiros e quando as nossa opções nos afastaram arranjámos maneira de sempre nos voltarmos a juntar.
Foi com ela que partilhei muitas alegrias e tristezas, no tempo em que ainda não existiam telemóveis, e em que ocupávamos durante pelo menos duas horas o telefone lá de casa para desespero das nossas mães que pagavam a conta.
Partilhámos os primeiros amores e desamores.
Éramos amigas.
Conhecia os seus defeitos da mesma forma que ela conhecia os meus. Eram contornados na medida do possível, conviviamos com eles, dávamos "o desconto" aqui e ali.
Eu nunca tive muitos amigas. Uma mão cheia deles(as) mas mantive-os durante muito tempo (alguns ainda mantenho felizmente). Na vida dela entraram e sairam catadupas de amigos e amigas que mais cedo ou mais tarde acabaram por se afastar. acabaram por não dar "o desconto".
Quando me casei e lhe enviei o convite para que partilhasse comigo tão importante dia nunca pensei que ela reagisse como reagiu. Não me deu resposta. Limitou-se a dizer ao meu irmão que não tinha dinheiro para prendas, não lhe apetecia gastar dinheiro em coisas futeis porque queria comprar um carro.
Confesso que a atitude dela me supreendeu e me magoou.
A partir daí não houve mais desconto. Algo se quebrou e a distância a que a minha mudança de cidade impos separou-nos de vez.
No ultimo fim de semana cruzei-me com ela na rua.
Olhámos uma para a outra.
Eu reconheci-a e ela reconheceu-me.
Continuámos em frente.
Os nossos caminhos cruzaram-se mas as nossas vidas não.