Sabem como é que se põe um marido com os cabelos em pé?
Chegamos a casa, vindas do ginecologista, e dizemos que temos que mudar o DIU em Setembro porque ele está deslocado e pode perder eficácia.
-Setembro?!?!?! Então e eu???
Isto só a mim!
Pensava eu que a história dos famosos "P1"s para o Piolheco estava encerrada, mas enganei-me redondamente!
Já vos tinha dito que o médico não tinha passado todos os exames. Porque o computador não deixava.
Pois.. tá bem tá!
Mexi alguns cordelinhos, tipo falar com a amiga da irmã da amiga, que por acaso também é médica noutro Centro de Saúde, e descobri que realmente se podia passar o tal exame.
Fiquei então com o problema de ter que ir ao Centro de Saúde ensinar ao médico como se fazia. Tendo em conta que o meu médico até é daqueles que não é bom de assoar, isto ia ser uma tarefa daquelas!
Lá fui eu, com paninhos quentes, a dizer-lhe que sabia que o meu marido já lá tinha estado mas que tinha falado com o laboratório, e que aquilo eram oito análises diferentes, imunológicas, logo muito caras e que se o computador não colaborava o melhor seria mesmo, talvez... quem sabe... passar os exames à mão. Resultou! Andei atrás de alguem que me arranjasse os impressos e estava toda feliz. Eram 9h e ia sair dali cedinho e com os papéis na mão.
Lorpa!
Chega uma mulherzinha, pipiforme (que é como quem diz em forma de pipa), que se põe a falar muito alto a dizer que o médico é maluco, que não sabe o que faz, que lhe tinha passado uma receita mal, e que agora tinha que lha passar bem... um escabeche e uma gritaria daquelas.
Passado pouco tempo a secretária do médico chamou a senhora ao consultório e aí é que foi o bom e o bonito. Só ouvimos gritos, murros na secretária e o médico a pôr a mulher na rua em altos berros. Ora a dita senhora estava acompanhada de duas irmãs e de uma sobrinha (coitadinha cheia de dores por causa de uma otite)- e familia que se preze é toda feita pela mesma forma-que decidiram entrar pelo gabinete e desatar também a gritar com o médico. O homem passou-se e deu à sola dali. Veio a secretária e o segurança e elas naquele escarcéu. Ainda houve uma delas que deu um murro à secretária que de certeza vai dar direito a hematoma. O segurança saiu dali e passado algum tempo, apareceu a GNR. Escusado será dizer que a gritaria continuou e que já havia gente dos outros módulos a ver o que se passava. E depois há sempre aquelas alminhas que em vez de estarem caladas começam logo a cacarejar que os médicos fazem o que lhe apetece, que são isto e aquilo e lá vão deitando uma achitas para a fogueira para terem a certeza que o barulho não acaba.
E a gritaria continuava desta vez para avisar todos que não tem medo da guarda e que pode vir quem vier...
E o resto de pessoal a ver que ia ficar sem médico... e sem consulta... e sem P1s... ai a minha vida.
Foram os GNR falar com o médico. Não se tinha ido embora, mas só voltava às consultas quando aquelas doidas deixassem de fazer barulho. Não havia condições para consultar ninguem.
Lá vieram os desgraçados dos guardas trazer o recado. Que nem pensar em sair dali diziam elas. Mas foi aqui que os outros doentes começaram a dizer que era melhor elas irem porque quem estava queria consulta. Ia havendo molho outra vez... só não houve porque estavam ali os guardas!
Lá foram elas... barafustando... a prometer que voltavam...mas foram. E o médico voltou. E eu consegui os P1. E bazei dali antes que elas voltassem.
Já viram? E ainda dizem mal do SNS? Hoje devia ser o dia temático "Porrada de Saúde"...
Só espero que da próxima vez apanhe o dia "Saúde em Inglês". É que chazinho e scones sempre são mais agradáveis. E vendo bem as coisas eu até estava em jejum.